Construção de usinas na região leva a orientações para comunidades indígenas
06 de January de 2009
A construção de usinas hidrelétricas na bacia do rio Uruguai tem interferência na vida de todas as comunidades atingidas. Direta ou indiretamente as pessoas são afetadas em seu cotidiano e devem receber atenção para minimizar os efeitos desse processo. Essa situação não é diferente do ponto de vista das populações indígenas. Diante das peculiaridades dessas populações, ocorre uma iniciativa específica em 12 terras indígenas das regiões Oeste de Santa Catarina e Noroeste do Rio Grande do Sul, através do Subprograma de Monitoramento das Interferências sobre as Populações Indígenas.
As atividades são desenvolvidas por convênio entre a Foz do Chapecó Energia e a Fundação Universitária do Desenvolvimento do Oeste (Fundeste), mantenedora do Instituto Goio-En e da Unochapecó. Esse subprograma será executado até maio de 2011 e deverá envolver mais de 10 mil indígenas, juntamente com a população regional do entorno da usina Foz do Chapecó.
O trabalho, coordenado pelo professor Leonel Piovesana, inclui capacitação para professores indígenas, articulações para produzir material didático pedagógico e a preservação do acervo cultural indígena e seminários em escolas e locais públicos para a comunidade envolvente. Nas terras indígenas de Nonoai-RS, Xapecó, em Ipuaçu e Entre Rios-SC, e Chimbangue, em Chapecó, são realizados neste ano cursos para professores indígenas, palestras e oficinas para alunos indígenas, encontros informativos às lideranças indígenas. Os principais temas tratados se referem a: interculturalidade; respeito e mútua compreensão interétnica; bem estar cultural; saúde e educação; meio ambiente; e efeitos socioculturais ocasionados pela construção da Usina Foz do Chapecó.
Educação continuada para indígenas
Entre as ações realizadas, está um curso de educação continuada em cinco terras indígenas pertencentes à Delegacia de Ensino de Palmeira das Missões-RS, com temáticas que foram sugeridas pelas próprias comunidades. O curso, realizado em sua primeira fase de 11 a 15 de maio, quando foi tratado sobre o subprograma, a Usina Foz do Chapecó e atividades de interação sociocultural, está estruturado em quatro etapas. Possibilita aos professores retornarem às suas comunidades e desenvolverem as atividades aprendidas, como multiplicadores do aprendizado que envolveu conhecimento cultural e habilidades de ensino das ciências. A segunda etapa será de junho a outubro. As professoras Ana Cristina Confortin e Luci Bernardi tratarão sobre o ensino de Ciências e Matemática nas terras indígenas como necessidade essencial nos processos de formação docente.
O projeto teve início em julho de 2008. Até janeiro passado foram realizadas reuniões para apresentação do subprograma e o agendamento para a execução das atividades em todas as terras indígenas envolvidas. Também ocorreram capacitações para professores indígenas e articulações, em parceria com o programa Patrimônio Escola Comunidade Indígena, do Ceom/Unochapecó, para produzir material didático pedagógico, além de contribuir com a preservação do acervo cultural indígena. Nos seis primeiros meses foram capacitados 60 professores e envolvidas por palestras e atividades de informação mais de cinco mil pessoas.
EXTRA COMUNICAÇÃO - Hugo Paulo de Oliveira-Jornalista/MTb4296RS - 1/06/09