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Ações do projeto ocorrem no Oeste Catarinense e na Província de Misiones

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Membros da equipe do Centro de Memórias do Oeste de Santa Catarina (Ceom/Unochapecó) participaram entre os dias 01 e 15 de junho, de escavação arqueológica na Gruta Indígena 3 de Mayo, situada no município de Garuhapé, em Misiones na Argentina. A pesquisa integra o projeto denominado “Arqueologia da Floresta Atlântica Meridional Sul Americana”, coordenado pelo arqueólogo, Daniel Loponte do Instituto Nacional de Antropología y Pensamiento Latinoamericano (INAPL/Argentina) e pela arqueóloga coordenadora do Ceom, Mirian Carbonera.

A intenção do projeto é realizar ações durante os próximos 10 anos no Oeste Catarinense e na Província de Misiones.  Conforme Mirian, ambos compartilham de um ambiente similar e trajetórias em termos de ocupação pré-colonial semelhantes. Para desenvolvimento de tais atividades será firmado convênio binacional entre as instituições. Além dos representantes do Ceom, Maurício Mohr e Mirian Carbonera e do INAPL, Daniel Loponte e David Pau, também esteve presente na escavação o pesquisador da Universidade de Southampton da Inglaterra, Philips Riris.

O sítio arqueológico da Gruta Indígena 3 de Mayo foi escavado pela primeira vez em 1965 pela arqueóloga Antonia Rizzo, do Museu de La Plata de Buenos Aires. Durante a escavação realizada no mês de junho, foi possível recuperar áreas de fogueira e artefatos líticos, cerâmicos, ósseos, além de vestígios de sepultamentos humanos e de fauna.  O material encontrado passará por análises laboratoriais que permitirão entender melhor o período de ocupação da gruta, quais eram os grupos humanos que ali viveram, os artefatos que produziam e o que consumiam. Também serão feitas análises paleoclimáticas para entender a evolução do ambiente.

Em campo o material é apenas identificado com o local onde foi coletado, embalado e em seguida encaminhado ao laboratório onde deve ser higienizado e analisado. De acordo com Mirian, durante a escavação se percebeu que na gruta houveram duas ocupações, uma mais antiga com caçadores coletores e outras ocupações com agricultores ceramistas Taquara, mas somente as datações poderão confirmar com mais precisão.

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Convênio binacional

Mirian comenta que a parceria com o Instituto Nacional de Antropología y Pensamiento Latinoamericano (INAPL/Argentina) surgiu em 2011, durante sua participação no Congresso Internacional de Arqueologia da Bacia do Prata, realizado em Buenos Aires. Na ocasião a pesquisadora apresentou as pesquisas arqueológicas desenvolvidas pelo Ceom no Alto Uruguai. “Como o doutor Daniel Loponte estava iniciando naquele ano um projeto de pesquisa de longa duração em Misiones ficou interessado no trabalho desenvolvido por nossa equipe e me convidou para ir à primeira atividade de campo, realizada em maio. Daí nasceu a ideia de unirmos os esforços”, completa Mirian.

A arqueóloga  reforça sobre a importância da pesquisa “trata-se de um sítio arqueológico importante em termos científicos, para entender a pré-história do leste da América do Sul. Merece destaque não só o esforço dos arqueólogos, mas o envolvimento da comunidade e o desejo da municipalidade em conhecer melhor sua história, elementos fundamentais para que o trabalho acontecesse”.

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