A Escola de Comunicação e Criatividade da Unochapecó foi premiada em quatro modalidades da Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom) Sul 2024. Dos trabalhos premiados, um é do curso de Design, na modalidade 'Charge/caricatura/ilustração'; e um do curso de Publicidade e Propaganda, na modalidade 'Gestão na web/mídias sociais'. Os outros dois são do curso de Jornalismo, nas modalidades de 'Livro-reportagem' e 'Produção jornalística para mídias sociais'.  A última edição em que a Universidade conquistou quatro prêmios no congresso regional, aconteceu em 2021.

A Expocom acontece juntamente com o Congresso Regional Brasileiro de Ciências da Comunicação, o Intercom Sul, organizado pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Neste ano, o evento ocorreu de forma remota e, além da premiação dos trabalhos, também contou com Grupos de Trabalho (GTs), palestras e oficinas. Os trabalhos premiados na Expocom Sul seguem para o Intercom Nacional, que ocorre de 03 e 06 de setembro, na Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Campus de Balneário Camboriú. Ao todo, a Unochapecó foi representada na Expocom por 15 trabalhos dos cursos de Cinema e Mídias Digitais, Design, Jornalismo e Publicidade e Propaganda. 

Com a palavra, os professores e estudantes premiados

Na categoria de 'Produção Transdisciplinar', o trabalho 'League Of Legends: Expressão da Não-Conformidade de Gênero em Artes Conceituais de Personagens Não-Binários' se destacou na modalidade 'Charge/caricatura/ilustração'. Segundo o professor dos cursos de Publicidade e Propaganda e Design e orientador do trabalho, Cassiano Tressoldi, o tema gênero e sexualidade é complexo e possui diferentes perspectivas e visões. "Portanto, aplicar isso na prática, em uma arte conceitual para o LOL, é um grande desafio, que foi muito bem realizado", afirma. Para Cassiano, o evento incentiva a excelência acadêmica e profissional e motiva os estudantes a se dedicarem ainda mais nos seus estudos e pesquisas.

Formada no curso de Design, Nadini Cristina da Rosa foi quem produziu o trabalho premiado. Ela conta que a iniciativa para a inscrição do trabalho partiu do professor Cassiano, seu orientador. Nadini define o projeto como um “processo de criação de artes conceituais de um personagem não-binário para o jogo League of Legends”. A egressa destaca que a premiação fez “valer a pena” o esforço que teve durante o último ano da graduação. “Algo que valoriza minha formação e a minha voz dentro desta área”, destaca. 

Luiza Lunkes é acadêmica do curso de Publicidade e Propaganda e aluna líder do trabalho premiado na modalidade 'Gestão na web/mídias sociais', dentro da categoria “Rádio, TV e Internet”. O trabalho leva o título de 'Planejamento e diagnóstico – FCTER'. Segundo Luiza, o trabalho baseia-se em uma proposta para aumentar a visibilidade da Fundação Científica e Tecnológica em Energias Renováveis (FCTER) e educar o respectivo público a respeito da importância da sustentabilidade. Além disso, objetiva atrair empresas para parcerias e expandir pesquisas na área.

A estudante diz ser gratificante ver o reconhecimento do esforço feito por ela e pelos colegas para a produção do trabalho. “Saber que nosso trabalho está impactando positivamente a comunidade e, agora, ganhará visibilidade nacional, é uma sensação incrível”, relata. Luiza também vê a premiação como algo que comprova e agrega às habilidades desenvolvidas na graduação.

O trabalho 'Planejamento e diagnóstico – FCTER' foi desenvolvido durante a disciplina de ABEx - Gestão e Métricas em Comunicação Digital ministrada pelo professor de Publicidade e Propaganda, João Pietro Meili Bridi. O professor salienta que "a premiação é excelente para instigar os alunos e fazer com que eles percebam que o que produzem na universidade tem alto potencial, se torna currículo e portfólio". Além de Luiza, as estudantes Loeni Sthefani de Cesaro, Paloma Meira Fonseca e Polyana Lins também atuaram na produção do trabalho. 

Na categoria Jornalismo, dois trabalhos da Unochapecó foram premiados. Um deles é intitulado 'Hoje não há lembranças: um diálogo entre o Jornalismo Literário e o Alzheimer', sendo premiado na modalidade 'Livro Reportagem'. O mesmo foi desenvolvido pela egressa Caroline Sobieski Sacardo, que conta que a premiação foi uma surpresa. “Não tinha tanta expectativa de ganhar, foi realmente uma surpresa e que, com certeza, fez o meu trabalho ter muito mais sentido”, comenta. Ela ainda destaca que a intenção com o livro era poder mostrar que jornalistas são contadores de histórias, mas não apenas as ruins. “Também mostrar que toda pessoa é uma história em potencial, não precisa ser uma pessoa famosa”, cita.

Caroline ressalta que o livro-reportagem foi escrito visando seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e que o tinha apresentado apenas para a banca e para as pessoas que acompanharam o processo de produção do mesmo. Ela ainda descreve o trabalho como um produto que dialoga entre o estilo de Jornalismo Literário e a Doença de Alzheimer. Nele, relata a história da convivência da avó com a doença durante cerca de 11 anos. “Ele comporta a história e os termos técnicos, também tem ilustrações baseadas em fotos da minha avó, dela comigo e com outros familiares”, conta Carol. 

A incentivadora para a inscrição na Expocom, segundo Caroline, foi a professora Angélica Lüersen, orientadora do TCC. “Ela sugeriu que eu indicasse, eu achei uma boa ideia. Juntas indicamos, realizamos o trabalho e juntas ganhamos”, destaca. Em relação à participação no Intercom Nacional, a jornalista afirma ter uma grande expectativa e espera representar muito bem a universidade. 

A professora Angélica Lüersen afirma que o livro-reportagem apresenta um tema de grande relevância social, mas pouco abordado. Angélica explica que, em trabalhos como esse, tanto o docente quanto o discente precisam estar envolvidos na produção. "Temos muitos outros que são igualmente bons ou até melhores dos que estão inscritos na Expocom, mas muitas vezes os estudantes não os submetem, então essas produções acabam esquecidas ou não divulgadas. A gente deixa de concorrer com esses outros trabalhos não por falta de qualidade, mas sim porque a inscrição do trabalho não aconteceu", enfatiza.

Samara Baldoino é estudante do quarto período de Jornalismo e aluna líder do outro trabalho premiado. Com o título 'O que é desinformação: elaboração de material midiático-educativo sobre desinformação e checagem de fatos', o trabalho foi premiado na modalidade 'Produção jornalística para mídias sociais'. “Nosso trabalho é um compilado de vídeos produzidos no segundo período do curso, na disciplina de Jornalismo de Dados”, afirma Samara. Ela conta que os vídeos foram produzidos em formato de reels por estudantes da turma, individuais ou em grupos, e que buscavam trabalhar assuntos da disciplina de forma dinâmica e acessível ao público. Samara ressalta que, para a inscrição, foram escolhidos cinco dos vídeos produzidos. 

Ainda segundo a estudante, a iniciativa partiu do professor e orientador do trabalho, Marlon Dias Santa Maria. “Ele gostou dos trabalhos que entregamos na disciplina e nos incentivou a inscrevê-los na categoria”, relata. Samara reforça que a contribuição do professor foi fundamental para a conquista, já que o grupo nunca havia enviado um trabalho para o congresso. A estudante também comenta sobre o que espera do Intercom Nacional. “Claro que seria fantástico ser premiada, mas também acho importante valorizar essa chance e aproveitar ao máximo”, afirma.

Além de Samara, a estudante Leticia Buratti é co-autora do trabalho para o envio à competição. Ambas as estudantes também tiveram os vídeos da disciplina selecionados pelo professor, juntamente com outros colegas da turma: Laura Deimling, Emilly Bombieri Bueno, Luísa Knorst Deotti, João Pedro Zatta Grolli, Mikael Dos Santos Da Cruz, Ana Ritta Da Silva Da Luz e Jaqueline Dos Santos Rodrigues.

O professor Marlon Dias Santa Maria, que propôs o trabalho na disciplina, comenta que os vídeos com o tema se destacaram. Ele afirma ainda que, para manter os bons resultados, os docentes já estão pensando na Expocom 2025. "Já estamos pensando no próximo ano. A ideia é mapear os trabalhos e identificar potenciais concorrentes. E, claro, incentivar desde já os estudantes. É uma oportunidade de mostrar os trabalhos competentes realizados pelos estudantes de Comunicação da Uno", explica.

A importância dessas premiações no contexto universitário

Coordenadora do curso de Publicidade e Propaganda, Jacira Medronha cita que premiações como a Expocom Sul são formas de valorização da jornada acadêmica do estudante. “Proporcionam validar etapas e a construção profissional que está em curso”, afirma. Jacira também comenta que, apesar de sempre produzirem trabalhos com muita qualidade, poucos eram submetidos. Quando passaram a ser mais incentivados, a Universidade tem, a cada ano, mais finalistas. 

“São espaços como este que possibilitam o crescimento de cada um, por meio de mais pesquisas”, afirma o coordenador do curso de Design, Walter Strobel Neto. Ele percebe a premiação como forma de reconhecimento e valorização das ações desenvolvidas no curso, além de permitir a integração entre os estudantes. “Ninguém faz ciência sozinho”, salienta.

Já sobre o Intercom Nacional, Walter afirma que é “a possibilidade de socializar aquilo que estamos construindo em uma universidade comunitária, regional, mas que está na vanguarda da atividade”. Ele ainda reforça a necessidade da participação dos estudantes, sem visar apenas as premiações, mas para colocar a pesquisa como parte da rotina acadêmica. “Só podemos construir ideias, projetos, soluções com muita pesquisa”, conta. 

Coordenador e professor do curso de Jornalismo, Franscesco Flávio da Silva afirma que “mais importante que o prêmio em si, são as reflexões e aprendizados decorrentes dessa troca de experiências e do contato com os trabalhos de estudantes de outras instituições”. Ele ainda cita a premiação como uma oportunidade para que os acadêmicos divulguem os trabalhos desenvolvidos em uma competição de destaque nacional. Segundo o professor, a edição da Região Sul foi a mais concorrida entre os congressos regionais, com maior número de trabalhos inscritos. 

Para Franscesco, o reconhecimento dos estudantes é motivo de orgulho e satisfação. “Isso reflete a qualidade de nossa Instituição de Ensino Superior, nosso corpo docente, nossa estrutura física e o talento dos nossos alunos”, declara. Ele ainda comenta a respeito da expectativa para a competição a nível nacional, tratada como uma grande oportunidade, já que acontece no mesmo estado. “Incentivamos ao máximo nossos estudantes a participarem e vivenciarem essa experiência”, frisa.

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Texto: Leticia Begotto Buratti, Nadia Venancio*

Créditos fotos: Expocom

*Estagiárias da Acin Jornalismo, sob supervisão de Eliane Taffarel