ENTÃO É NATAL, E O QUE VOCÊ FEZ?

O MOMENTO É DE REFLEXÃO TAMBÉM PARA AS EMPRESAS

26/11/2021
Por: Mara Vogt

Essa é uma pergunta que todos nós deveríamos nos fazer e, a partir disso, refletir sobre o ano, sobre as possíveis e necessárias mudanças, sejam estas pessoais e/ou profissionais. 

Isso também vale para os contadores e administradores. Então te pergunto: você esperou chegar ao final de ano para deixar tudo em dia na sua empresa ou já foi se organizando ao longo dos meses? Quando eu me refiro à você, falo de contadores e administradores (gestores/empresários). 

Da mesma forma que o natal tem o seu ritual, as mais diversas empresas também o tem, especialmente quando é chegado o tão esperado e, ao mesmo tempo, temido final de ano. Ah... Esse ritual de final de ano todos nós conhecemos, não é mesmo?! O Papai Noel chega, entrega os presentes em uma caixa...

Mas o que será que terá dentro da caixa? Seriam mesmo presentes? Ou nós contadores, bem como, administradores teremos que nos fazer presentes no próprio natal, para deixar tudo em dia? Tudo vai depender de como tem sido o ano. Até porque, aquele jeitinho brasileiro de deixar tudo para última hora e improvisar, nem sempre dá certo. 

No caso das organizações, é necessário acompanhar o andamento e realizar o controle de forma periódica. Do contrário, a surpresa poderá ser desagradável, trazendo transtornos ou até mesmo prejuízos à empresa, o que refletirá inclusive nos funcionários e demais usuários das informações (sejam instituições financeiras, fornecedores, dentre outros).

Uma das formas de controlar e acompanhar é a partir de indicadores de desempenho. Nem todas as empresas conhecem indicadores e muito menos os resultados advindos destes. Há aqueles que até já ouviram falar, mas nem sequer sabem interpretá-los. Do que adianta? Aí que está uma oportunidade aos contadores.

Aos que ainda não os calculam, apresentam e explicam aos seus clientes (gestores das empresas), fica o alerta! E se a pergunta for: mas como o fato de calcular e apresentar tais indicadores vai mudar algo na empresa? Agora já não vai mais mudar nada, afinal, já chegamos no final de ano. Pois bem, é aí que me refiro no momento em que afirmo que não devemos deixar o controle e acompanhamento para última hora.

Quando falamos de indicadores de desempenho, podemos estar nos referindo aos indicadores econômico-financeiros, sejam estes os índices de liquidez (corrente, seca, geral, imediata), índices de rentabilidade (rentabilidade do ativo, rentabilidade do patrimônio líquido), índices de lucratividade (margem bruta, margem operacional, margem líquida e giro do ativo), índices de estrutura de capital (endividamento, composição do endividamento, imobilização do patrimônio líquido, imobilização dos recursos não correntes), etc.

Por meio de tais indicadores é possível verificar se a empresa está com um desempenho favorável e se tem condições de arcar com suas obrigações, sejam essas no curto ou longo prazo, se possui recursos financeiros disponíveis para capital de giro, se está sendo rentável e não está endividada, além de diversos outros aspectos.

 

Além dos indicadores econômico-financeiros, há diversas empresas que possuem e acompanham com frequência os indicadores operacionais, os quais são também conhecidos como indicadores-chave de desempenho. Tais indicadores são uma ferramenta do Sistema de Controle Gerencial e passam a ser utilizados pelos gestores para monitorar o desempenho das áreas estratégicas. Indicadores-chave? É isso mesmo! Como o próprio nome indica, são os indicadores considerados como a chave do sucesso da organização, aqueles que estão diretamente relacionados com o planejamento estratégico. Os famosos Key Performance Indicators (KPIs), os quais, grandes empresas comumente acompanham.

Quem dera se todas as empresas estivessem atentas aos mesmos e os acompanhassem mensalmente... Muita coisa seria diferente. Com certeza! Isso pois, a partir dos indicadores-chave é possível identificar os fatores críticos que estejam diretamente ligados a um projeto da empresa. Mas muito mais do que isso, os KPIs fornecem informações a respeito do nível de eficácia, eficiência, qualidade, economia de recursos e produtividade, além de mostrar as possíveis melhorias na gestão. Os mesmos são utilizados para acompanhar processos internos, no intuito de aumentar o desempenho futuro da organização.

O que os gestores e contadores poderiam fazer de diferente?
Os contadores poderiam auxiliar os gestores a identificarem quais seriam os KPIs da organização, além de auxiliarem no cálculo e análise os indicadores econômico-financeiros. Repito: os KPIs são uma ferramenta do Sistema de Controle Gerencial e por conta disso, o contador pode auxiliar neste quesito, sendo este um diferencial.

É importante discuti-los junto com os administradores, sugerindo sua utilização, visando a longevidade e saúde financeira das empresas. Isso pois, tais indicadores, atrelados aos econômico-financeiros, possibilitarão o acompanhamento da empresa. Por outro lado, a perda do controle de gestão pode levar a danos irreparáveis, inclusive, dificuldade financeira e insolvência. 

Diante disso e, sabendo da importância de tais indicadores, os gestores deveriam saber ou ao menos, identificar os indicadores-chave de desempenho da sua organização, de acordo com as suas metas, as quais estão atreladas ao planejamento estratégico. A partir dali, acompanhá-los de forma contínua e constante. 

Você pode estar se perguntando: e se a empresa está bem “das pernas”, por que eu preciso olhar para indicadores, sejam estes econômico-financeiros ou operacionais? Aparentemente, a empresa pode até estar bem, especialmente no curto prazo. Porém, se formos olhar para os seus indicadores, podemos nos surpreender. Sendo assim, é essencial elencar planos de ação para melhorias, vislumbrando bons resultados no curto e longo prazo. 

Que tal se os contadores e gestores fossem dar mais atenção aos indicadores-chave de desempenho, além dos indicadores econômico-financeiros que já são mais conhecidos e comuns, alavancando sua gestão e os resultados das organizações? Até porque, o bom resultado operacional está atrelado ao bom resultado econômico-financeiro...

Aí sim haveria uma verdadeira magia de natal! E os presentes que o Papai Noel traria, refletiriam o bom desempenho das empresas, fruto do acompanhamento e direcionamento das metas ao longo do ano (por meio de indicadores), o que deixaria o final de ano de todos mais tranquilo e feliz! Pense nisso!

 

Mara Vogt é Doutora em Ciências Contábeis e Adminsitração e professora da Graduação em Ciências Contábeis e do Mestrado  em Ciências Contábeis e Administração na Unochapecó
 

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