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Sobre o CEOM

 

No fim da década de 1980, no oeste de Santa Catarina, o cuidado com a proteção, promoção e difusão do patrimônio cultural regional era bastante reduzido.

Nesse período também o acelerado processo de urbanização e de mecanização agrícola, contribuiu para a perda de referenciais de memória na região.

Foi nesse contexto que um grupo de professores da antiga Fundação Universitária do Desenvolvimento do Oeste (Fundeste) criou em 1986, o Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina (CEOM).

O CEOM nasceu como programa de pesquisa e extensão com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento regional aliando ensino, pesquisa e extensão e com foco na história e no patrimônio cultural.

Atualmente, o Centro de Memória é vinculado à Diretoria de Educação Continuada e Extensão e à Vice-Reitoria de Pesquisa, Extensão, Inovação e Pós-Graduação, da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó), instituição mantida pela Fundeste.

Desde sua criação, o CEOM passou por muitas transformações e é o que veremos um pouco a seguir.

 

Década de 1980

Na década de 1980 muitos municípios estavam preocupados com a perda de referências culturais, devido ao acelerado processo de urbanização.

A Fundeste compartilhava da mesma preocupação e buscando realizar ações nesse sentido, iniciou um processo de valorização e preservação das histórias locais como referências para a construção da identidade regional.

Para isso foi criado o Centro de Organização da Memória Sócio-Cultural da Região Oeste de Santa Catarina, que tinha como objetivo principal coordenar um amplo, permanente e sólido programa de resgate e sistematização da memória sociocultural do oeste catarinense, conforme projeto original de 1986, além de recolher e expor materiais relacionados à História e à Pré-história.

O CEOM foi idealizado por professores da área de humanidades cientes da importância de analisar criticamente e compreender melhor os processos da constituição da região oeste catarinense. Para isso, desenvolveram um trabalho articulando ensino, pesquisa e extensão.

As primeiras atividades aconteceram entre 1986 e 1989, com apoio financeiro do CNPq, Funarte, Fundeste e Prefeituras. A principal ação foi a criação de 15 comissões municipais de coordenação da memória local, o que resultou na criação de vários museus, casas de cultura ou centros de memória.

Também foram promovidos cursos de capacitação, publicadas as primeiras edições da revista Cadernos do CEOM e Caderno do CEOM - Série Documentos e teve início a formação do acervo histórico com fotografias e história oral.

 

Década de 1990

O CEOM, no início da década de 1990, teve suas atividades interrompidas. Em 1993 elas foram retomadas e estavam articuladas com o curso de Graduação em História e com o Departamento de Ciências Humanas e Sociais, da então Universidade do oeste de Santa Catarina, Campus de Chapecó.

Nessa década foram realizadas muitas ações para promover e divulgar a história e o patrimônio regional, como a criação de disciplinas, cursos de especialização, elaboração de documentário curta-metragem, publicações, novos acervos incorporados.

Assim, o CEOM tornava-se uma referência de pesquisa e de preservação da memória sociocultural do oeste catarinense.

Em 1998, o Centro de Memória foi transferido: saiu do espaço que ocupava na Universidade e passou a funcionar em um prédio no centro de Chapecó. Nesse mesmo ano também ocorre a consolidação do Centro de Documentação e em 1999 a criação do Programa: Patrimônio-Escola-Comunidade (PEC).

 

Anos 2000

Na década de 2000, o CEOM continuou como programa de pesquisa e extensão, de caráter interdisciplinar, voltado para a preservação, valorização e difusão do patrimônio e da história regional. Houve também a definição da linha de acervo e pesquisa para “Estudos Regionais”.

A revista Cadernos do CEOM, a partir do ano 2000, deixou de publicar somente artigos regionais. Tornou-se semestral e temática, com amplo recebimento de artigos e não mais apenas regionais.

Em 2001, foi viabilizado o Núcleo de Estudos Etnológicos e Arqueológicos e um programa de Educação Patrimonial. Os acervos, tanto documentais como arqueológicos, foram bastante ampliados.

Nesse período, também ocorreu a criação da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó) em 2002; a vinculação do CEOM junto à Vice-Reitoria de Ensino, Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação em 2003; a transferência do Centro para o segundo andar do Terminal Rodoviário, em uma parceria com a Prefeitura de Chapecó; e a captação de recursos que possibilitaram a melhoria das atividades.

Parcerias e convênios foram estabelecidas com várias prefeituras municipais, instituições públicas e privadas. Nessa década, as ações do Centro ganharam visibilidade nacional, principalmente por meio da revista Cadernos do CEOM.

 

Anos 2010

Durante a década de 2010, ocorreu o fechamento do curso de História da Unochapecó, impactando também a atuação do CEOM, que passou a buscar parcerias com outras instituições para o desenvolvimento de suas atividades.

A partir de 2013, foram iniciados dois convênios internacionais, com Argentina e França que contribuíram muito para o desenvolvimento das pesquisas arqueológicas. Posteriormente, também foi firmado convênio com a Itália.

Nessa década também ocorreram as comemorações dos centenários de datas importantes para a história regional, como a Guerra do Contestado e a emancipação de Chapecó, incentivando uma série de ações de valorização da história e memória.

Outras questões importantes desse período foram o recebimento de um volumoso acervo arqueológico proveniente das margens do rio Uruguai e o início dos projetos para instalação do CEOM em uma sede própria.

 

Anos 2020

Marcada pela pandemia da Covid-19, a década de 2020 trouxe novos desafios para o CEOM, entre os quais se destacou a necessidade de busca por uma nova sede, adequada às necessidades de ampliação dos espaços de salvaguarda e acessibilidade dos espaços.

Nesse sentido, em 2021 foi definido um espaço no campus da Unochapecó para ser a nova sede e, após um amplo trabalho de projetos e captação de recursos, foi realizada a mudança e instalação em novo espaço em 2023.

A aproximação com o ambiente universitário trouxe alterações nas atividades e uma delas foi a inclusão do CEOM no circuito de visitação Unotur, que apresenta alguns projetos de extensão para as escolas da região.

 

O CEOM hoje...

Na segunda década do século XXI, o CEOM mantém como características fundamentais a divulgação científica e cultural e a preocupação com a história e a pré-história regional.

O Centro está organizado nos seguintes setores: 1. Centro de Documentação e Pesquisa (CEDOC); 2. Programa: História-Patrimônio-Comunidade; 3. Núcleo de Estudos Etnológicos e Arqueológicos (NEEA); 4. Núcleo de Difusão Cultural e Educação Patrimonial; 5. Divulgação Científica e Cultural; 6. Biblioteca Setorial.

Inserido em um contexto de transformações, tanto no cenário cultural como no ensino superior, novas necessidades e possibilidades vêm ganhando espaço. Os convênios de cooperação com instituições estrangeiras se tornaram uma possibilidade para o desenvolvimento e a difusão do conhecimento.

A análise retrospectiva das ações realizadas pelo CEOM no oeste catarinense ao longo das últimas décadas destaca um avanço significativo nas ações de pesquisa, proteção e difusão dos bens culturais, especialmente a partir de três pontos centrais:

a) a qualificação da gestão de acervos e a ampliação do acesso aos documentos, a partir da adoção de diferentes estratégias de extroversão; b) a ampliação e o aprofundamento das pesquisas tanto históricas quanto pré-históricas, a partir da qualificação da equipe e da sistematização das ações; e

c) a ampliação da área de abrangência e dos números de público alcançados com a ampliação da oferta de ações educativas e aulas temáticas no espaço-sede do Centro, ampliação do número de exposições temáticas itinerantes produzidas e do aumento das parcerias para circulação e exibição das mostras na região e no estado de Santa Catarina.

Um indicador importante é a ampliação do número de público alcançado nos últimos anos e de pessoas beneficiadas. Isso se relaciona com a melhor distribuição das ações do CEOM na região oeste, além da consolidação de parcerias e ações conjuntas.

É claro que as mudanças significativas no cenário cultural nacional, aliadas às políticas de fomento e difusão cultural qualitativas, tiveram impacto extremamente positivo no cenário regional.

Mas atribuímos esse aumento no número de público também ao avanço no entendimento do patrimônio cultural regional como relevante para a constituição do cenário cultural.

Conheça nosso o site para entender um pouco de nossas atividades. Sejam bem-vindos!

 

 

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