Agronomia divulga agricultura de precisão no Campo Demonstrativo Alfa
02 de June de 2009
Difundir uma prática pouco utilizada na agricultura catarinense levou o curso de Agronomia da Unochapecó a participar da edição 2009 do Campo Demonstrativo Alfa (CDA), realizado entre terça e sexta-feira em Linha Tomazelli. A atividade, organizada pelos professores Jorge Luis Mattias e Antônio Luis Santi, com a participação de 15 alunos de Agronomia, promove a aplicação da agricultura de precisão nas propriedades rurais.
Conforme o professor Mattias, são positivos os resultados da participação. "A receptividade dos agricultores foi muito boa, até porque a agricultura de precisão é um tema novo e o curso da Unochapecó, por seus docentes e alunos, tem um bom domínio sobre essa prática e mostra conhecimento e a implementação da pesquisa." Essa foi a primeira vez que o curso participou do CDA e a atividade foi considerada como promissora, porque permitiu o contato dos alunos com o público e, especialmente, ampliar o relacionamento com os produtores.
Em um estande no Campo Demonstrativo, foram realizadas cinco palestras diariamente. Com a participação de um agrônomo da Cooperalfa, também foram apresentadas orientações sobre conservação do solo. "Os alunos mostraram o nível de formação que recebem e trataram de um tema de ponta, numa ação de treinamento e de experiência para o mercado de trabalho", enfatiza o professor Jorge Mattias.
Objetivos da agricultura de precisão
O curso de Agronomia da Unochapecó é pioneiro em Santa Catarina na pesquisa sobre agricultura de precisão, definida como "um conjunto de técnicas e recursos tecnológicos de apoio ao gerenciamento dos sistemas de produção agrícola com os objetivos de racionalizar o uso de insumos, maximizar os resultados econômicos, otimizar os recursos disponíveis e preservar o meio ambiente". Neste sentido, no CDA 2009 o curso mostrou a tecnologia, potencialidades regionais e a variabilidade produtiva das lavouras, ferramentas tecnológicas aplicáveis à realidade do Oeste Catarinense, resultados de pesquisa e de campo e tendências e instrumentação na agricultura.
De acordo com o professor Antônio Santi, mestre em Produção Vegetal e doutor em Ciência do Solo/Agricultura de Precisão, "o aumento na eficiência dá-se com base no manejo diferenciado, respeitando a variabilidade existente na área, e integra a computação, a eletrônica e níveis de controle mais elevados, considerando a habilidade em monitorar e gerenciar a atividade agrícola em locais específicos da lavoura". Com o estudo do solo e o uso de equipamentos eletrônicos de geoprocessamento, através de análise detalhada das lavouras e do aprimoramento das técnicas de manejo, podem ser alcançados novos níveis de eficiência qualitativos e quantitativos da produção de culturas.
Santa Catarina possui atualmente apenas 30 mil hectares com agricultura de precisão, enquanto o Rio Grande do Sul ultrapassa 500 mil hectares monitorados com instrumentos e ferramentas da agricultura de precisão e a perspectiva é de atingir dois milhões de hectares, em menos de dois anos. Diante disso, o curso de Agronomia da Unochapecó incentiva a pesquisa na área e cerca de 250 alunos frequentaram o "Seminário Temático Agricultura de Precisão" nos últimos dois anos. "Esses jovens estão preparados quanto aos conceitos básicos e aos requisitos técnicos para trabalhar, opinar, decidir e propor soluções dentro desse novo paradigma instaurado na agricultura nacional", afirma o professor Santi. Para ele, a expectativa é de que Santa Catarina "também tenha um percentual expressivo de lavouras monitoradas dentro desse conceito, em função das vantagens econômicas e ambientais da adoção dessa tecnologia".
Hugo Paulo de Oliveira-Jornalista/MTb4296RS - 6/02/09