Comunidade acadêmica defende verbas
federais para universidades comunitárias


Uma representação da Unochapecó participou nesta sexta-feira, 23 de junho,
da recepção ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e fez a entrega de um documento que defende a adequação do projeto de reforma universitária e a destinação de recursos federais para as universidades comunitárias, como forma de ampliar o acesso à educação superior. O documento foi entregue ao presidente Lula em sua chegada no aeroporto de Chapecó para participar do II Encontro de Habitação da Agricultura Familiar, pelo reitor Gilberto Luiz Agnolin, juntamente com o vice-reitor Gerson Roberto Röwer, diretores de centros, coordenadores de cursos, docentes, técnicos e acadêmicos.

O reitor da instituição, ao falar da receptividade da proposta, destacou e agradeceu o empenho da comunidade acadêmica. Agnolin assinalou que a articulação terá continuidade e serão mantidos outros contatos com lideranças e candidatos às próximas eleições. Assinalou que essa busca de mudança no projeto da reforma universitária e de mais recursos públicos para as universidades será encaminhada também de forma integrada com as outras instituições comunitárias da região Oeste -Unoesc e UnC.

Depois de destacar a atuação da Unochapecó em mais de 35 anos, seu objetivo de atender aos desafios da realidade regional e a missão de produzir e difundir o conhecimento voltado para o desenvolvimento regional sustentável e a formação profissional cidadã, a instituição propõe que seja alterada a Proposta da Reforma da Educação Superior. Defende que o projeto "classifique claramente as instituições públicas de ensino superior não estatais, de origem municipal, para que seja possível a destinação de recursos públicos federais para projetos que desenvolvem, como forma alternativa para a expansão da educação superior". Argumenta que essas instituições, criadas por lei municipal, basicamente possuem sua manutenção através das mensalidades dos alunos, e mostra que com recursos do governo federal podem proporcionar gratuidade nos cursos de graduação que oferecem.

AMPLIAÇÃO DE PROGRAMAS
Outro argumento é de que as universidades comunitárias, com verbas federais, podem manter e ampliar os programas de extensão e assistência social que desenvolvem e que "possuem ampla repercussão na melhoria da qualidade de vida da população de baixa renda". Também indica que essas instituições, de caráter comunitário e público, podem manter cursos de pós-graduação em nível de mestrado e doutorado voltados para o desenvolvimento regional sustentável.

O documento da Reitoria da Unochapecó justifica a reivindicação em favor das universidades comunitárias em função do papel que desempenham nas comunidades onde atuam "e por representarem importante patrimônio público instalado, com possibilidade e potencialidade para atender as necessidades da educação superior, otimizando as estruturas existentes e já adequadas à realidade local". Acrescenta que essas universidades se destacam pela forte atuação acadêmica, produção científica, programas de pesquisa e extensão comunitária, administradas por gestão participativa e democrática com representação dos segmentos comunitários, e podem otimizar a aplicação de recursos públicos para o benefício de maior número de pessoas com o acesso ao ensino universitário.

Texto: Hugo Paulo de Oliveira-Jornalista/4296MTbRS
Fotos: Sheila Marangoni