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O Projeto

O Literatório é um programa de leitura e literatura que se originou de pesquisas realizadas sobre: a leitura, a biblioteca, o livro e o leitor. Este projeto começou a ser implantado no início de 2003, sendo que sua inauguração ocorreu no dia 29 de abril do mesmo ano. Após oficialmente apresentado à comunidade acadêmica e com o plano de ação bem estruturado, o Literatório começou a receber escolas da comunidade chapecoense e da região para participarem do programa de leitura. Com menos de um mês de atendimento regular, mais de 600 (adultos, crianças, acadêmicos, colegiais e professores) já haviam participado do programa de leitura. No ano de 2004 participaram do programa de leitura 14.047 pessoas, dentre todos os projetos vinculados. Em 2005 o Literatório foi absorvido por 19.255 pessoas entre adultos, professores, alunos, acadêmicos, pacientes e transeuntes.

Nossos maiores esforços e objetivos passam pelo incentivo a leitura, primordialmente pela formação do leitor e pelo resgate da imaginação através da contação de histórias, bem como, pelo enfoque da cultura de nosso país através de mitos e lendas que compõe nosso imaginário popular. O trabalho com o programa de leitura é temático, e desenvolve atividades com as várias faces da leitura. A visita dura em torno de três horas, nas quais é trabalhado a contação de histórias, manuseio de livros alternativos, leitura de livros, vídeos, músicas, trabalhos criativos sobre a leitura e, ainda, a possibilidade de leitura utilizando a internet.

Assim, contribuímos para a formação de leitores e colaboramos para a consolidação do hábito de ler. Proporcionamos diferentes alternativas de atividades com a leitura aos acadêmicos, estudantes e professores, bem como às crianças da rua, e aos pacientes da oncologia e pediatria infantil do Hospital Regional de Chapecó, cumprindo com o papel social da Unochapecó de disseminar o conhecimento acadêmico aos diferentes segmentos da sociedade, permitindo a formação de cidadania e a inclusão social.

O espaço físico apresenta a montagem de um cenário relacionado ao tema proposto. Através do Literatório viabilizamos as seguintes atividades: Um Quarto de Histórias na Praça; Histórias no Hospital: uma injeção de alegria; Curso de Formação de Contadores de Histórias; Grupo de recital de poesias; Literatório On-Line; Literatório em vídeo; Jornal impresso: O literatório; Oficinas e Cursos de Extensão para professores; Aulas e Oficinas para acadêmicos do curso de Letras e Pedagogia. As fontes que, atualmente, custeiam as despesas do Literatório provém da Unochapecó e da FAPESC. As atividades e ações têm sua continuidade garantida por esse ser um programa permanente.

 

Objetivo

# Receber alunos e acadêmicos das escolas públicas e privadas para atividades de leitura;
# Levar o Literatório para as crianças da rua na praça Coronel Bertaso;
# Formar animadores de leitura/ grupos de história e de recital de poesia;
# Proporcionar atividades do Literatório às crianças pacientes do Hospital Regional de Chapecó;
# Desenvolver programas em parceria com a rádio e a TV Universitária (Histórias ao Pé do Ouvido e De Olho nas Histórias);
# Criar uma página do Literatório na Internet, destinada à leitura on line;
# Realizar cursos e oficinas de capacitação para professores e bibliotecários.

 

Justificativa

As pesquisas e avaliações nacionais realizados pelo MEC mostram o grau de inferioridade do Brasil na questão da leitura. Ficamos, praticamente, em último lugar na escala demonstrativa.

A preocupação com a demanda social que não possui reflexão crítica, assinala para o fazer, constatar, diagnosticar e expor são etapas vencidas, é necessário que, urgentemente, entremos com ações para a resolução dos problemas constatados. O baixíssimo índice de programas ou propostas de leituras dificultam ainda mais o desenvolvimento de políticas que garantam o espaço e o exercício de ler.

Atualmente muita coisa mudou, os valores não são mais os mesmos, algumas tradições salutares já foram deixadas de lado e a tecnologia tem inserção cada vez maior no cotidiano das pessoas. As crianças, hoje, preferem a televisão, o vídeo game, o computador ao livro de histórias. É a facilidade, o comodismo da imagem pronta. Urge que se utilize estes mecanismos em favor do objeto temático: a leitura.

Os reclames dos professores do ensino fundamental e médio são constantes e desesperados, ao se depararem com o fato de que seus alunos não sabem escrever, não sabem ler, não têm visão crítica nenhuma e nem falar direito sabem. E o que dizer da falta de imaginação criativa

Antigamente as crianças ouviam mais histórias, de seus avós, seus pais, tios, madrinhas que eram incansáveis contadores de histórias, e deste modo transmitiam o legado cultural e uma carga semântica imaginária muito significativa.

Hoje até a vovó não tem mais tempo para esse exercício vital na formação de qualquer pessoa, ela precisa trabalhar para ajudar no sustento, uma vez que o modelo sócioeconômico não garante uma aposentadoria de sobrevivência.

O que está contecendo é que a leitura praticada hoje pelas crianças é na sua grande maioria por obrigação. Precisamos fazer com que elas vejam a leitura de uma outra forma. Que se passe da obrigação para o direito, é preciso que haja contato, intimidade e paixão pelos livros e pela leitura. Não queremos apenas leitores esporádicos, mas sim leitores habituais que sintam prazer ao ler, que interpretem e re-signifiquem, estabelecendo relações.

Para que isso aconteça podemos utilizar diferentes métodos, incluindo a tecnologia em nosso favor. A leitura pode ser feita no computador através de CD-ROM’s ou na internet, por que não Pois, como bem disse Ana Maria Machado, antes mesmo do livro surgir, não há tanto tempo assim (…) houve o papiro, tabletes de barro, inscrições em pedras ou cascas de árvores, peles de couro, cobertos de sinais feitos com sumo de frutas ou com vidas de animais marinhos reduzidos a tinta. E ainda, antes de tudo isso, já havia a palavra. Estamos constantemente passando por revoluções nos mais diversos campos, como exemplo disso na questão da palavra, da escrita temos:

Não é a primeira vez que se vive uma mudança desse vulto, pelo advento de novas tecnologias. Na Grécia, muitos séculos depois de Homero, no tempo de Sócrates, a cultura oral dominante foi sobrepujada pela tecnologia da escrita. E no renascimento europeu, quando Gutemberg inventou a imprensa com tipos móveis, houve uma revolução. Em ambos os casos houve reações acirradas dos contemporâneos. E as consequências e efeitos dessas revoluções tecnológicas foram duradouros e profundos. Evidentemente, o mesmo acontece agora. (MACHADO, 1999 p. 90)

Esses avanços fazem parte da nossa vida e continuarão fazendo cada vez mais. Por isso temos que tê-los como aliados da leitura. Assim como também, estaremos possibilitando uma outra visão de mundo e permitindo que outros conhecimentos se agreguem no ato de ler.

O que interessa revelar é que a literatura é o que ela representa, ou seja, o acesso a um mundo infinito e sucessivo de conhecimentos, de experiências, de sentidos cujos acessos devem ser desvendados e ultrapassados.

Entretanto, não são apenas as crianças que precisam ser incentivadas, os adultos também precisam. A leitura, a literatura , a contação de histórias e os recitais de poesias, conferem a nossa vida um sentido diferente. Dessa forma estaremos mais próximos da cultura. Estaremos ampliando nosso horizonte, nossa maneira de ver o mundo e os acontecimentos no cotidiano.

Precisamos começar a exercitar e incentivbar a leitura desde as séries mais fundamentais até a idade adulta, pois a formação do leitor não é apenas a base para uma educação de qualidade, é também sólida base cultural para a contínua construçao do conhecimento. Ao exercitarmos a leitura estaremos abrindo portas para um mundo infinito de conhecimentos e de experiências que serão de extrema importância na formação de crianças, jovens e adultos.

Portanto, o Literatório é um espaço para a formação de leitores, um programa de leitura/ literatura que propõe o exercício da leitura e a refleção para o surgimento de políticas de leitura. Este projeto abriga a formação de leitores das escolas públicas e privadas, trazendo as escolas para o Literatório ou o Literatório indo até as escolas (Literatório Itinerante), onde podemos trabalhar o professor leitor e o aluno leitor; abriga as crianças pacientes da oncologia e da pediatria do Hospital Regional de Chapecó, levando um injeção de histórias com os livros de leitura do Literatório, e abriga ainda as crianças da rua com Uma História na Praça, onde uma vez por semana os agentes de leitura estarão na praça contando histórias e agendando visitas ao Literatório com as crianças da rua; abriga ainda bibliotecários e professores com cursos de capacitação para a leitura.

Assim sendo, este projeto que possibilita a prática da inclusão e visa refletir sobre políticas de leitura, e desenvolver o exercício do ato de ler em tão importantes segmentos sociais (professores, alunos, bibliotecários, crianças da rua, crianças doentes), precisa e necessita com urgência ser viabilizado.

 

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