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Confiança do consumidor cai, mas cresce a expectativa de melhorias no futuro

Mercado

Após o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) calculado para Chapecó apresentar sinais de recuperação em maio, neste mês de junho ele registrou uma variação de -0,52%, diminuindo para 68,65 pontos. Em comparação com junho de 2020, houve aumento de 25,94%. O boletim com esses resultados é divulgado pelo curso de Ciências Econômicas da Unochapecó, juntamente com o Sicom, por meio do Sicom pesquisas.

Esta leve queda em junho mostra que os consumidores ainda estão incertos com as condições econômicas e políticas atuais. Analisando o cenário macroeconômico podemos observar incentivos do governo para aceleração econômica. Segundo Bruno Bianco, secretário especial da previdência e trabalho, ao todo serão injetados R$119,5 bilhões (aprox. 1,7% do PIB) na economia brasileira, grande parte entre maio e junho. Os benefícios econômicos dessas injeções poderão ser vistos de forma mais clara futuramente, porém, anúncios como este podem refletir no índice de expectativas de consumo, que apresentou aumento pelo terceiro mês consecutivo.

A amostra da pesquisa foi composta por 97 mulheres e 82 homens de diversas faixas etárias e classes de renda. A análise é segmentada também por características individuais dos consumidores: gênero, idade e renda. Em uma análise dos grupos que compõem o ICC, houve variação negativa em dois deles: consumidores com idade até 24 anos (-2,92%) e chapecoenses com renda até R$2.000,00 (-7,63%). Por outro lado, as variações positivas mais expressivas foram registradas pelos consumidores com idade entre 45 e 65 anos (26,89%) e com renda maior ou igual a R$4.000,00 (12,12%).

Neste mês, a média da renda dos participantes da pesquisa é de R$4.277,92, havendo aumento em comparação a maio (R$3.489,15). Seguindo a mesma tendência, a expectativa de gastos extras aumentou, partindo de R$599,95 em maio para R$726,58 em junho. A expectativa de gastos pela internet é de R$205,92 neste mês, depois de ter registrado R$176,50 no mês anterior.

Os dados coletados mostram que 21,79% dos respondentes declararam estar mais preocupados com a Covid-19 do que estavam no mês anterior. No mês de maio, em comparação com abril, a taxa foi de 21,51%. Ainda, 45,81% mantiveram o nível de preocupação, enquanto 30,73% estão menos preocupados. O número de casos ativos do coronavírus manteve-se relativamente controlado, isso explica essa pequena variação entre os meses seguintes a março.

 

Subíndices

O Índice de Condições Econômicas (ICE) registrou variação negativa de -8,6% para junho após uma queda menos acentuada no mês de maio (-3,93%), reduzindo o subíndice aos 60,37 pontos. Os resultados indicam que os consumidores estão menos confiantes com relação às suas finanças e às condições para aquisição de bens duráveis, se comparado ao mês anterior.

O Índice de Expectativas de Consumo (IEC) aumentou novamente este mês, chegando aos 73,73 pontos, correspondendo a uma variação positiva de 4,12% em relação a maio. O IEC mensura o sentimento dos consumidores com relação ao futuro, tanto da situação econômica pessoal quanto do país como um todo. Isso revela que os consumidores estão mais confiantes em relação aos próximos anos.

O Índice de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (IEIC) permite sondar o nível de obrigações a pagar ou em atraso que o consumidor possa ter. A variação deste subíndice foi de 6,81% neste mês, levando o IEIC aos 127,9 pontos. O resultado é positivo e está alinhado com a redução no nível de endividados e/ou inadimplentes do município. Dentre os 179 consumidores entrevistados, 78,21% têm alguma obrigação a pagar. Entre os endividados, 13 consumidores (7,26%) também revelaram que estão inadimplentes, ou seja, com dívidas em atraso, especialmente com cartão de crédito e financiamentos.

 

Hábitos durante a pandemia

Na pesquisa, também, 56,98% dos respondentes afirmaram que após o fim da pandemia pretendem manter algum hábito de consumo adquirido durante esse período, enquanto 9,5% confirmaram que não manterão qualquer novo hábito. Ainda, outra parte dos participantes da pesquisa (12,85%), não modificaram qualquer hábito de consumo durante este período e 20,67% não souberam ou não quiseram responder.

Adentrando na vida financeira dos consumidores, 70,95% deles asseguraram que não houve alteração na sua renda em decorrência da pandemia, enquanto 24,02% constataram diminuição na mesma e 5,03% tiveram aumento na sua renda. Levando isto em conta, 30,17% dos participantes revelaram ter aumentado seus gastos extras em relação ao mês de maio, 28,49% realizaram cortes de gastos extras, enquanto 10,06% realizaram cortes tanto em gastos extras quanto em gastos essenciais, e outra parcela de 29,05% manteve o mesmo nível de gastos do mês anterior.

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