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Curso de Jornalismo participa de pesquisa nacional para mapeamento de mídias

Educação

O Atlas da Notícia é um projeto que se encarrega de identificar e mapear a quantidade de veículos de Jornalismo nos municípios brasileiros. Os locais foram divididos em três categorias: desertos, quase desertos e não desertos. Ou seja, municípios sem veículos de comunicação, com pelo menos um e com vários, respectivamente. Neste ano, o curso de Jornalismo da Unochapecó contribuiu com o mapeamento dos municípios catarinenses. As orientações aos voluntários (professores, técnicos e estudantes) foram destacadas pelo professor de Jornalismo na PUC-RS e coordenador do núcleo de pesquisa Desertos da Notícia 2023-2024 no Sul do país, Marcelo Fontoura. 

O convite foi direcionado para o curso da Unochapecó por intermédio da professora Angélica Lüersen. O projeto é uma iniciativa do Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor), mantenedor do Observatório da Imprensa, em parceria com a Volt Data Lab – agência de pesquisas, análises e estudos orientados por dados que atua no setor de jornalismo, mídia e comunicação. A metodologia do projeto é baseada, principalmente, na contabilização de veículos de notícia no Brasil, seja através de pesquisa própria ou com a colaboração de terceiros.

O projeto também contribuiu para que os estudantes conheçam melhor a região Sul do país. A pesquisa, na Unochapecó, aconteceu remotamente com encontros do grupo de pesquisadores voluntários para esclarecimento de possíveis dúvidas ou compartilhamento do processo da pesquisa.

  O professor do curso de Jornalismo da Unochapecó, Marlon Santa Maria Dias, fez parte do grupo voluntário. Ele explica que é importante desenvolver esse projeto no ambiente acadêmico porque os alunos compreendem algumas técnicas de pesquisa quantitativa, além de terem contato inicial com técnicas de produção de pesquisa. "Temos vários alunos de várias cidades do Oeste Catarinense. Inserir o curso nesses locais é importante considerando o caráter comunitário da universidade que propõe pensar em modos de desenvolvimento para essa região", destaca.

Os professores Angélica e Marlon ressaltam o impacto da pesquisa para os acadêmicos, pois através dos dados coletados e as análises posteriores, eles podem criar projetos e empreender coletivamente com iniciativas jornalísticas que possam produzir um jornalismo local. Ambos destacam a dificuldade que os profissionais sofrem ao se inserirem no mercado. "Cada vez mais o jornalismo local se torna uma via para isso, e o Atlas tem mostrado essa inexistência de cobertura jornalística. Cria-se aí, uma via de empregabilidade e de empreendedorismo para esses futuros profissionais", destaca Marlon. 

O professor descreve que a principal característica do Jornalismo de Dados que existe nessa pesquisa é a construção de um banco ou uma base de dados sólida e atualizada sobre o cenário jornalístico. A pesquisa pode, posteriormente,  ser utilizada por pesquisadores que querem investigar o jornalismo, sobretudo no campo de jornalismo local, que é uma área ainda bastante carente de pesquisas.

"O mapeamento realizado nesta pesquisa permite que possamos conhecer a realidade que está próxima de nós, com informações mais fiéis, porque seguimos uma metodologia", relata Angélica. A professora salienta que o projeto tem um impacto positivo tanto para a pesquisa em si como para os desdobramentos realizados a partir dela. E destaca que a mesma foi desenvolvida em um momento relevante e especial para a universidade, em virtude da comemoração dos 25 anos do curso de Jornalismo. 

"Temos a condição de olhar para o cenário regional em relação a veículos  e iniciativas de comunicação e perceber o que isso representa exatamente em relação aos municípios pequenos ou grandes. Os resultados, sem dúvidas, também vão nos dar subsídios para pensar outras coisas para o próprio curso ou até mesmo ações que poderemos ampliar a partir deste mapeamento. Conhecer o entorno é importante porque nos dá repertório, capacidade de olhar", frisa Angélica.

Resultados em 2023

Segundo o site Atlas da Notícia, os resultados do censo realizado em 2023 mostraram uma redução de 8,6% no total de desertos de notícias. São 256 municípios a menos na conta. A expansão do digital e a identificação de rádios comunitárias que produzem conteúdo noticioso impulsionou a redução dos desertos. Comparando com o censo de 2022, o Atlas acrescentou 575 iniciativas nativas digitais e 239 rádios a sua base de dados. Ele também acompanhou o encerramento de veículos e, em 2023, 39 organizações encerraram suas atividades. Nos últimos anos, 942 organizações registradas na base de dados foram fechadas.

 

* texto: Deisiana Damarat e João Pedro Zatta Grolli, estagiários da ACIN-Jornalismo, sob supervisão da jornalista Eliane Taffarel.

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