Dez anos depois
Texto Vanessa Marquezzan*
Todo mundo deve estar acompanhando o desafio dos dez anos nas redes sociais. E como hoje (30/01) é o Dia da Saudade, resolvemos entrar na mesma onda. Por isso, reviramos o baú de duas egressas da Unochapecó para mostrar como o tempo deixa marcas na vida das pessoas e como a Universidade está presente nessas recordações.
No caso de Eliane Taffarel, egressa da Instituição e atual jornalista da Agência de Comunicação Integrada (Acin Jornalismo) da Unochapecó, é normal relembrar o passado e contar aos acadêmicos que passam pela Acin suas experiências da época de estudante. Ela se formou em 2009 e afirma que essa etapa ficou marcada em sua história. "A formatura aconteceu em setembro, por isso o primeiro semestre do ano foi um período de desafios, com o desenvolvimento da primeira pesquisa, as ansiedades e o medo da banca final", relembra.
Essa mistura de sentimentos que envolvem os estudantes do último semestre de qualquer curso também é influenciada pela preocupação do início da vida profissional. "Aquele foi o ano da virada da minha vida acadêmica para a profissional. Eu concluí o curso em julho e em agosto eu já comecei a trabalhar em um jornal de Chapecó. Foi especial, pois estava começando a atuar como profissional, como jornalista".
Com o novo emprego, Eliane precisou sair da casa da mãe em Caxambu do Sul e mudou-se definitivamente para Chapecó, onde reside até hoje. Com essa mudança, ela relata que sente saudade de levantar cedo todos dias e pegar o ônibus para ir à Universidade. Outra coisa que ela sente falta é a convivência e as conversas com os colegas. Nestes anos que se passaram, Eliane nunca se distanciou da vida acadêmica. Fez outro curso, pós-graduação e até mesmo mestrado.
Chegar em 2019 e relembrar como era a vida dez anos atrás é uma forma de valorizar aquilo que passou e ver a trajetória de outra forma. "Era um período de final de faculdade e começo de vida profissional. Olhando hoje, a sensação é de que foi importante o que passou, mas acho que estou melhor do que em 2009", comenta Eliane. Para a jornalista, conforme o tempo passa, aprendemos a olhar as coisas que aconteceram e percebemos o quanto elas nos ajudaram a crescer.
Definir 2009 em uma única palavra? Difícil, afirma Eliane. "Se me perguntasse isso lá em 2009, talvez falaria a palavra 'realização', já que estava concluindo a graduação e era um sonho me formar. Hoje eu fiquei pensando e posso resumir em 'gratidão', pois foi o momento do recomeço, do início de um novo ciclo da minha vida", relata.
Com certeza os dez anos que passaram fizeram bem para a vida dela, afinal, durante esse tempo, além do trabalho com o jornal, Eliane atuou com assessoria de comunicação política e no ano passado retornou à Unochapecó. Aliás, voltar para a Uno a fez matar um pouco da saudade do tempo que era estudante. Sua missão, agora, é apresentar suas experiências para os acadêmicos, auxiliando-os nesta caminhada. "A gente sempre tem saudade de algum momento, seja de 2009 ou de qualquer outro ano, mas nós aprendemos a cada dia", finaliza.
Mais recordações
Quem também estava nessa caminhada no início de 2009 era a então estudante do curso de Pedagogia da Unochapecó, Lucélia Fernanda Danielli. Hoje professora da Apae de Chapecó, ela relembra que sua vida estava bem tumultuada há dez anos. "Era aquele último gás que você dá no fim da faculdade, a angústia dos últimos projetos, TCC e orientador sempre em cima", comenta.
A oportunidade de atuar na sua área de estudo só foi possível após a formatura. "Eu lembro da dificuldade financeira no final do curso. Mesmo assim aquele tempo foi muito bom, de luta, garra, vontade de terminar e, depois, de felicidade em ter concluído. Foi um ano muito intenso, de alívio, e agora de muita saudade", resume Lucélia.
Com a conclusão do curso, não demorou muito para sentir os primeiros traços de saudade do período da Universidade. Sua rotina mudou, não precisava mais sair do trabalho e pegar o ônibus para a Unochapecó e passou a ter mais tempo com sua família. Mas a maior falta que ela sente é dos amigos que conheceu na faculdade e dos momentos que viveram juntos. Alguns colegas ainda fazem parte de sua vida, já outros o contato se perdeu com o passar dos anos. Ela garante que se pudesse voltaria para 2009 para poder vivenciar novamente aquele tempo.
Este ano de muitas mudanças e superações não se apagará da memória da professora. "Tive altos e baixos durante a minha graduação, mas eu acredito que no final do curso é uma sensação tão intensa que a gente só lembra das coisas boas. O ano de 2009 foi de muita mudança em minha vida", relata Lucélia. Por isso, ela define o período em duas palavras: superação e gratidão.
Nestes dez anos, muitas coisas mudaram em sua vida. Ainda em 2009 passou em um concurso da Prefeitura de Chapecó. Fez duas pós-graduações e começou a trabalhar na Apae, lugar que está até hoje e ama atuar. Já na vida pessoal, viu seus filhos crescerem e seguirem seus próprios rumos. Influenciados pela dedicação da mãe aos estudos, hoje um dos filhos da professora estuda na Unochapecó. O amor pela Universidade é um dos sentimentos que passou de mãe para filho.
*Estagiária, sob a supervisão de Jessica De Marco