Primeira edição do hackathon da Mercoagro apresenta resultados de alto nível
Na última semana, Chapecó viveu dias intensos no agronegócio. O Parque de Exposições Tancredo Neves recebeu, entre os dias 12 e 15, a 13ª edição da Mercoagro, a maior feira voltada à industrialização da carne na América Latina. O evento é realizado pela Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC), e cria um ambiente de trocas por meio de uma extensa programação técnica e científica. Desde sua primeira edição, a Mercoagro tem o intuito de impulsionar a eficiência e qualidade na indústria por meio da vanguarda tecnológica e das parcerias com outros setores, como a educação e a inovação.
A Unochapecó e o Pollen Parque marcaram presença e sediaram a primeira edição de um hackathon voltado exclusivamente para o universo da Mercoagro. O objetivo foi de integrar a academia às demandas reais da agroindústria para a construção de soluções inovadoras. Participaram da ação 55 alunos, com o apoio de 15 mentores especialistas nas áreas relacionadas e a validação de empresários do segmento.
De acordo com a professora Franciele Pastre, que é coordenadora da Incubadora Tecnológica da Unochapecó e atuou como facilitadora do hackathon, a face multidisciplinar do evento tornou o intercâmbio ainda mais importante. Ao todo, sete cursos de graduação se envolveram com o hackathon: Engenharia Mecânica, Engenharia de Alimentos, Engenharia Elétrica, Sistemas de Informação, Ciência da Computação, Agronomia e Relações Internacionais.
“O nível elevado de qualificação às soluções inovadoras apresentadas foi o grande destaque e o hackathon foi um sucesso. As equipes foram capazes de aplicar metodologias com ferramentas ágeis que agregam muito conhecimento e podem ser aplicadas na formação de cada um. Formação que será impactada de sobremaneira dentro do parque tecnológico e de uma universidade empreendedora, que entrega a experiência real da inovação. Além disso, a premiação incentiva que os participantes deem sequencia aos projetos nesse espaço”, projeta a docente.
Para o diretor do Pollen Parque, professor Rodrigo Barichello, que também fez parte da banca avaliadora dos pitchings, a missão do hackathon foi cumprida. "A Unochapecó e o Pollen Parque não poderiam estar de fora da maior feira da indústria da carne na América Latina. O hackathon é uma experiência transformadora na vida de um estudante universitário, oferecendo oportunidades de aprendizado prático, desenvolvimento de habilidades, networking e preparação para o futuro profissional”, destacou.
Compreender a indústria
A ideia do hackathon é de proporcionar aos participantes uma vivência de oportunidades reais da agroindústria, junto de espaço e suporte para solucionar ou melhorar equipamentos e processos. Para isso, alguns checkpoints marcam as etapas de desenvolvimento. Após a formação dos grupos, o primeiro passo é a validação dos problemas encontrados no processo produtivo. Em seguida, os grupos estudam o mercado e a academia para compreender o que já está em desenvolvimento. “Muitos dos participantes já são colaboradores das agroindústrias locais e regionais, o que permite maior validação do cotidiano e necessidades na prática”, explica Franciele.
Com essa etapa concluída, a equipe faz um ‘brainstorming’ de soluções para o problema, alinha as oportunidades do projeto e passa para a etapa de prototipação. O momento é de muito aprofundamento técnico, já que os participantes precisam unir conhecimentos diferentes. Em seguida, as etapas de mapeamento de mercado e de planificação do modelo de negócio trazem à tona a cultura do empreendedorismo. Por fim, na fase de pitch, os grupos apresentam seus projetos a uma banca de jurados qualificados e conhecedores das demandas e oportunidades da agroindústria e da inovação.
Prata da casa
Após os pitchings, a banca examinadora se reuniu para avaliar os trabalhos e definir o pódio da disputa. O primeiro lugar ficou com a equipe Epic Food, composta por Aline Cátia Gentilini, Demetrius Luiz Giordan, Eduarda Brunetto, Guilherme Grigolo Kielb, Héric Silvestre Zilio e Weslley Belé. Guilherme, estudante do sexto período de Engenharia de Alimentos, representou a equipe na apresentação.
“O assunto que tratamos foi a inibição de micro-organismos na linha de presuntos, o produto fatiado em específico. Identificamos que as empresas se preocupam muito com a questão microbiológica nas suas linhas produtivas e na qualidade que vão entregar para os clientes consumidores finais, e buscamos identificar isso como uma fonte de oportunidade. Tivemos muitos insights com a mentoria da professora Michelle e partimos do pressuposto da eletroestimulação para a inibição microbiana”, explicou Guilherme.
O time mapeou os pontos de contaminação e buscou o intercâmbio de conhecimentos para criar a parte técnica: os estudantes da Engenharia de Alimentos apresentaram o processamento e os demais colegas, da Engenharia Elétrica, abordaram as funcionalidades das correntes. “O estímulo do hackathon foi essencial, pois nos sentimos desafiados a todo momento com a pressão das entregas, do pouco tempo, então nos desenvolvemos muito com esse jogo de otimização de tempo e de conteúdo”, concluiu.
O segundo lugar do pódio ficou com o grupo Steak Check, composto pelos acadêmicos Paloma Taís Pasquali, Henrique Cavalli, Lucas Dal Piva Tafarel, Rafael Rath, Shauan Gustavo dos Santos e Rafael Ignaulin. Na terceira colocação, ficou a equipe Tech Silo, dos estudantes Alice Teixeira da Silva, Daiana Dionísio de Mello, Daniel Eduardo Hertal, Giovana Pasinato, João Vitor Milan, João Vitor Dal Piva e Francisco da Silva.