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Uno recebe pesquisadora italiana para estudo com DNA das populações antigas

Educação

“Per me è stata una delle esperienze più forti e intense della mia vita”, (em tradução literal: para mim foi uma das experiências mais fortes e intensas da minha vida), este é o relato da doutoranda Micaela Ciervo, da Universidade de Firenze, que esteve na Unochapecó para realizar etapas da pesquisa sobre o DNA antigo de remanescentes humanos pré-coloniais. Essa ação integra os projetos “HABITS - Life-histories of prehistoric human groups in South America: a tale on environmental adaptations and subsistence economies” e “MAECI- Profilo bio/genetico, dieta e mobilità delle popolazioni preistoriche del Brasile Meridionale: Ricerca e Formazione” realizados numa pesquisa em rede desenvolvida entre Unochapecó, Universidade de Bolonha e pesquisadores do Conicet/Argentina.

Micaela, que está no segundo ano do doutorado em Biologia Evolutiva e Ecologia, com especialização em Genética e Evolução, tem seu trabalho concentrado na análise de material genético de amostras antigas provenientes de diversos sítios arqueológicos localizados no Brasil e na Argentina. Entre os principais objetivos dessa etapa da pesquisa está a caracterização genética desses indivíduos, o estudo das relações genéticas entre os diferentes grupos e a tentativa de contribuir para a reconstrução da história dessas populações que habitaram a América do Sul no passado. "Graças ao programa de intercâmbio previsto pelo doutorado, tive a oportunidade de trabalhar por dois meses aqui no Brasil com vários projetos de pesquisa, em colaboração com a Unochapecó, o CEOM, Conicet e o Bones Lab-Unibo", conta.

Para evitar a contaminação das amostras, Micaela trabalhou
utilizando equipamentos e materiais específicos.

Na Unochapecó, a estudante desenvolveu atividades de campo em arqueologia, participando nos primeiros trinta dias do intercâmbio de uma escavação arqueológica no município de Alpestre/RS. A escavação, que é uma missão franco-brasileira, mantém o projeto Povoamentos Pré-históricos do Alto Rio Uruguai, possibilitou a Micaela entender como são recuperados os remanescentes antigos. No tempo restante, a estudante desenvolveu atividades no laboratório do CEOM, conversou com estudantes de graduação e pós, ministrou palestras e capacitações. Ressalta-se que, como as amostras trabalhadas são muito sensíveis à contaminação, foi necessário adaptar e isolar uma sala, com equipamentos e materiais utilizados apenas pela pesquisadora.

Durante o período em laboratório, foram realizadas extrações de DNA de quarenta indivíduos que agora seguirão para a Itália para realização de sequenciamento genético. Para Micaela foi um período muito intenso, de grande crescimento cultural e pessoal. 

"Tive a oportunidade de ver meu trabalho de várias perspectivas, confrontando-me com professores, doutorandos, estudantes e profissionais de diferentes partes da América do Sul. Eles me permitiram aprofundar meus conhecimentos, enfrentar e responder a muitas questões que eram muito complexas e difíceis de aprender. Agradeço de coração a todas as pessoas que conheci. Estou certa de que esta é apenas a primeira de uma longa série de colaborações entre nossa Universidade e a Unochapecó, que contribuirão significativamente para o estudo da história da ocupação da Região de Santa Catarina e além".

A pesquisa ainda não tem uma data para ser finalizada e divulgada, haja vista que além de etapas da pesquisa serem futuramente realizadas na Universidade de Firenze, também deverão ser realizadas etapas na Alemanha. A pesquisadora acredita que somente em 2025 serão publicados os primeiros dados.

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Texto: Mirian Carbonera/CEOM

Crédito de fotografia: CEOM/Unochapecó

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