Um parasito renal silencioso nos cães
Dioctophyma renale
O gênero Dioctophyma renale é o maior nematódeo conhecido. Parasita cães, é conhecido como verme renal canino.
A alta ocorrência da doença em cães de rua sugere que a infecção seja relacionada aos hábitos alimentares pouco seletivos desses animais. Hospedeiro intermediário é anelídeo aquático Lumbriculus variegatus, parasito das brânquias de crustáceos e como hospedeiros paratênicos ou de transporte os peixes de água doce e rãs.
A localização deste parasito é o parênquima renal. Os adultos estão rim e mais raramente no peritônio e fígado.
Na patogenia o efeito final da infecção é a destruição do rim. Em geral, apenas um dos rins é acometido, o direito sendo envolvido mais frequentemente que o esquerdo. O rim sadio sofre hipertrofia para compensar a falta do que foi destruído.
Os principais sinais clínicos são disúria com alguma hematúria, especialmente ao final da micção; em alguns casos, há dor lombar. A maioria dos casos, entretanto, é completamente assintomática, mesmo quando um dos rins está completamente destruído.
No tratamento nenhuma terapia médica é efetiva, ele consiste basicamente em cirúrgico.
No Brasil, o parasitismo pelo D. renale foi descrito além do cão, no quati (Nasua nasua), furão (Galictis), lontra (Lutra longicaudis), preguiça (Choloepus didactylus) e no lobo guará (Chrysocyon brachiurus) e atinge animais em vários estados brasileiros.
O controle e a prevenção baseia-se na eliminação de peixe cru da dieta dos cães.
O D. renale acomete mais cães de rua devido aos hábitos alimentares que são pouco seletivos, mas pode ocorrer também em cães de fazenda.
É uma doença pouco diagnosticada pelo fato da maioria ocorrer de forma assintomática, só conseguindo o diagnóstico na necropsia, assim os clínicos veterinários devem dar atenção à doença relacionando hábitos alimentares com os sinais clínicos.